A situação das prestações da casa em Portugal enfrenta um desafio significativo no mês de julho de 2023. O aumento constante das taxas Euribor, especialmente a taxa a 12 meses, tem colocado pressão sobre as famílias portuguesas que possuem empréstimos habitacionais com taxa variável. A taxa Euribor a 12 meses atingiu recentemente o patamar dos 4%, o que não ocorria desde novembro de 2008.
Pressão financeira em famílias com empréstimos
É importante destacar que a prestação da casa é um dos compromissos financeiros mais significativos para a maioria das famílias, representando, assim, uma parcela considerável do orçamento mensal. Aproximadamente 40% das famílias portuguesas estão dependentes de uma taxa variável a um ano para o seu empréstimo habitacional.
Com a taxa Euribor a 12 meses ultrapassando os 4%, as prestações da casa aumentam consideravelmente, o que inegavelmente tem um impacto direto no orçamento familiar. As famílias que estão prestes a solicitar um novo crédito à habitação de taxa variável serão diretamente afetadas pela subida já em julho.
Simulações revelam impacto nas prestações da casa
De acordo com algumas simulações já realizadas, considerando um novo empréstimo de 150.000 euros, com spread de 1% e prazo de 30 anos, as prestações da casa para os contratos assinados em julho de 2023 serão superiores em comparação aos contratos assinados no mês anterior.
Para créditos à habitação com Euribor a 12 meses, por exemplo, a prestação da casa será de aproximadamente 805 euros no primeiro ano. Isto representa um acréscimo de 13 euros em relação aos contratos assinados no mês anterior. Já para créditos com Euribor a 6 meses, a prestação será de cerca de 789 euros nos primeiros seis meses, um aumento de 13 euros. No caso dos créditos com Euribor a 3 meses, a prestação em julho será de 763 euros, o que significa um aumento de 15 euros em relação aos contratos de junho.
Estratégias para enfrentar o aumento das prestações da casa
É importante ressaltar que as taxas Euribor têm subido de forma rápida e consistente nos últimos meses, ainda sem atingir o pico registada em 2008. Como já temos a experiência de uma subida rápida no passado, ficam aqui algumas estratégias que foram adotadas em 2008 e que, portanto, podem ser solução para hoje:
- Renegociação de empréstimos: Obter condições mais favoráveis, como a redução das taxas de juros ou a extensão do prazo de pagamento;
- Migração para taxas fixas: Para garantir, assim, estabilidade nos pagamentos mensais;
- Aumento da poupança: Reduzir despesas supérfluas e definir percentagens de poupança do salário;
- Revisão do orçamento familiar;
- Procura por renda extra.
Medidas governamentais para apoiar famílias endividadas
O governo português tem adotado medidas para apoiar as famílias que enfrentam dificuldades no pagamento dos seus créditos à habitação. Entre as medidas implementadas, destacam-se então:
- Novas regras para renegociação do crédito habitação;
- Amortização do crédito sem custos;
- Possibilidade de resgatar o Plano de Poupança Reforma (PPR) para amortizar o crédito habitação;
- Bonificação dos juros prevista no programa Mais Habitação.
Sabemos que momentos difíceis se aproximam. Se tiver questões sobre as taxas Euribor e o seu crédito à habitação, temos ao seu dispor o serviço “AllCredit” gerido pelo departamento Crédito Habitação. Entre em contacto por e-mail para gestor.credito@veigas.eu ou por contacto telefónico para 963 238 379.